sábado, 2 de abril de 2011

Quero

Quero tudo, quero o doce e o amargo, quero o salgado e o ácido, quero o mínimo e o máximo quero o raso e o largo e o fundo, quero o profundo, a prática e a teoria, quero toda a futilidade e sabedoria, quero ser, ter e existir quero poder desistir, quero mais do que posso escrever e definir, quero aparecer e sumir, quero ter certeza de tudo ao mesmo tempo me perder em minhas dúvidas, quero ser assim, sem forma, sem norma sem ao menos saber quem eu sou, tolo com certeza... arrogância é sempre pretensiosa...

Quero que o talvez represente a certeza do que não pode ser e nem é concreto e que o “se” seja mais do que mera condição e passe a ser fato nas incoerências e na hora da decisão, quero que o verde e o amarelo não sejam tão azuis e que as flores e os cogumelos nasçam livres longe dos urubus e das garças de bicos longos, e das ruas de concreto que se transformam em pistas de autorama...

Não quero ser uma mistura de fobia e tristeza, nem quero carregar um cemitério sobre meus ombros,
Não quero simplesmente sonhar e achar que isso é viver, nem ter que escolher entre o ser ou estar
Não quero jogar fotos antigas fora, nem relembrar bons e velhos tempos sem perceber o tempo passar
Não quero escrever só quando estiver inspirado, nem ter que escrever quando o peito ficar apertado
Não quero torcer para nenhum dos dois lados, nem ser imune as paixões mundanas
Não quero nem saber de tudo e no fundo, nem preciso de duendes e fadas
Quero um alívio e um delírio
Quero um suspiro e um segredo
Quero um minuto eterno
Quero momentos sinceros
Quero balas, doces e cogumelos
Quero acordar de manha e enxergar minhas possibilidades
Quero pular a janela e nadar pelado
Quero muito mais do que o azul, o verde e o amarelo
Quero sempre fazer parte do universo
Quero integrar-me ao cosmos
Quero ter tudo que espero.

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