segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Espelho

Você é o que você come,
Você é o que você ouve e o que você fala
Você é o que você sabe e o que você consome
Você é meio bicho e meio homem

Você é o que falam que você é e o que você nem sonha
Você é o que alimenta seus sonhos, você é o que o mundo faz de você

Você é um apostrofo, uma vírgula e às vezes uma reticências ou um simples “por que”

Você é um ser anônimo, homônimo, por mais que as pessoas lhe reconheçam, você mal sabe quem você é, sinônimo e antônimo de si mesmo

Você é abrigo e precisa de abrigo, você é um poço de moralidade e indecência, de machismo, feminismo, atrevimento e vergonha

Você é o filho legítimo do pecado, do amor e da falta de explicação
Você é a força que lhe move, você é calor e frio, raiva, ódio e perdão

Você é só temporário e eterno, às vezes claro às vezes escuro, as vezes raso, raramente profundo, pensativo, simples complexidade em transformação

És só mais um corpo perdido no meio da multidão, multilateral, feito de quinas e de magoas, as vezes de solidão.

Não és mais do que um passarinho, visto de cima, um grão de feijão
Não sabes de onde vens, pra onde vais e que lhe resta são pequenas exclamações e um enorme ponto de interrogação

Você que vive e morre na paz e na guerra, anda sonha e planta ilusões, sente angustia na espera e ainda se encanta com algumas canções, você que ainda tem um sorriso largo e sincero, abraços verdadeiros e pensamentos pós-modernos, você que está sempre na moda ou que é contra a moda, você que segue a tendência ou que é adepto da anti-cultura, você... você... você... você!

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